O chefe de operações da Deddica de Mato Grosso confirmou a VEJA que o achocolatado foi contaminado com veneno de rato. Os suspeitos confessaram o crime
Nesta quinta-feira, Adones José Negri, de 61 anos, confessou ter envenenado o achocolatado que PROVOCOU A MORTE DE UM MENINO DE DOIS ANOS EM CUIABÁ, MATO GROSSO. O chefe de operações da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) de Mato Grosso, Darimar Carneiro Aguiar, disse a VEJA que Deuel de Rezende Soares, de 27 anos, furtou a bebida da casa dele vendeu os produtos para o pai da criança, que acabou dando para o filho sem saber do envenenamento.
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Segundo o chefe de operações do Deddica, os laudos da perícia confirmaram que a morte do menino foi provocada pela ingestão de um veneno de rato e todas as outras unidades encontradas na casa da família também estavam contaminadas.
Em seu depoimento à polícia, Adones disse que envenenou os produtos com o veneno de ratos para matar os animais. Entretanto, Deuel afirmou ter encontrado os achocolatados na geladeira, o que desmonta a versão de Adones.
Deuel, que era um ladrão conhecido na cidade por roubos e furtos, frequentemente invadia a residência de Adones para furtar diversos produtos alimentares. A polícia acredita que, cansado desses furtos, Adones tentou se vingar do ladrão. Entretanto, em vez de consumir o achocolatado, Deuel, que é usuário de drogas, o vendeu para Lázaro, pai da criança e que também é usuário de drogas, por apenas cinco reais. Sem saber que o produto estava contaminado, Lázaro levou os produtos para casa, colocou na geladeira e disse à mãe do menino que o achocolatado estava apropriado para consumo.
Na manhã seguinte, Daniela, mãe da criança, provou um pouco do achocolatado antes de dar ao seu filho de dois anos. Como o gosto parecia bom e o produto estava na validade, deu para a criança tomar. “Poderia ter sido muito pior, pois a Daniela tem mais uma filha, que no dia estava com a avó. Mas se ela estivesse em casa, poderíamos ter dois óbitos de criança”, afirma Aguiar.
O chefe de operações afirmou também que todos os achocolatados contaminados foram recolhidos pela polícia e, portanto, não existe o risco de outras pessoas serem envenenadas.