Atenção: só 1 em cada 5 pessoas manifesta sintomas
A confirmação de que o vírus zika está relacionado com a microcefalia (má-formação do cérebro) em bebês e pode aumentar as chances de doenças neurológicas em adultos vem causando preocupação na população. O UOL consultou os infectologistas Ana Freitas Ribeiro, do Hospital Emílio Ribas, Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Artur Timerman, e a Fiocruz para responder as principais dúvidas sobre o assunto.
O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite também os vírus da dengue e da febre chikungunya, e tem também sintomas parecidos com o da dengue, mas intensidades diferentes. No entanto, apenas 20% dos infectados apresentam os sintomas.
"Apesar de ser transmitido pelo Aedes aegypti e ter reações parecidas com o vírus da dengue, o zika vírus é diferente na sua estrutura biológica e por isso é possível que haja comportamento diferente no organismo para que cause a má-formação", afirma Arruda.
Diagnóstico
Ainda não há kits de diagnóstico para o zika no sistema público. A Anvisa liberou noinício de fevereiro o registro de dois testes de laboratório que possibilitam a detecção dos vírus da dengue, chikungunya e zika com apenas um exame, e um terceiro que pode verificar a presença do vírus em amostras biológicas em estudo.
O governo brasileiro pretende distribuir esses testes para 29 laboratórios credenciados a partir do final de fevereiro, conforme informou o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Por enquanto, o diagnóstico é feito normalmente pelos sintomas (clínico). O método, no entanto, é impreciso visto que dengue, zika e chikungunya têm sintomas muito parecidos. Para confirmar, é possível realizar o exame que identifica o material genético do vírus no sangue dos pacientes. Contudo, esse exame é caro, demorado e restrito, pois só é capaz de detectar o vírus até o 5° dia de sintomas.
FONTE: UOL NOTÍCIAS